Eu iniciei no mundo das artes em 2012, no núcleo de pesquisa teatral do SESC-PE. Lá participei dos estudos mais diversos que o teatro pode proporcionar. Desde partituras corporais e vocais para atores e bailarinos, passando por pesquisas do ator-criador, em que participávamos de oficinas de desenvolvimento de histórias, também estudos circenses de malabares, acrobacias, improviso… Tive a grande felicidade de participar da pesquisa e montagem de um espetáculo infantil (com texto de Clarice Lispector), também de um espetáculo que tratava de campos de concentração que ocorreram durante a seca no Ceará de 1915 a 1932 (com texto de Marcos Barbosa),  além de espetáculo que falava sobre a poética dos artistas do Vale do São Francisco, ou ainda sobre o início da atuação no mundo, com uma reprodução de uma Festa Bacante. Lá, em 2012, tive também a honra de participar, como elenco de apoio, do longa de Camilo Cavalcanti, A História da Eternidade, no qual interpretei um dos filhos do personagem de Claudio Jaborandy e sobrinho de Irandhir Santos. Em 2014 também atuei como coadjuvante no filme de Homero Olivetto, Reza a Lenda, contracenando diretamente com nomes conhecidos do cinema nacional, como Júlio Andrade, Cauã Reymond, Sophie Charlotte, além de Zezita Matos, com a qual também trabalhei em A História da Eternidade. 

A partir de 2016 iniciei um trabalho autônomo como fotógrafo e viajei para a Chapada Diamantina, afim de cobrir festivais de música eletrônica. Também pude fotografar o show da banda Scambo, fiz ensaios, pesquisas de diversas técnicas fotográficas, como longa exposição, macrofotografia, still, entre outras. No mesmo ano também ingressei no curso de Licenciatura em Artes Visuais na UNIVASF, mas não pude dar continuidade, porém continuei a estudar por conta própria por sentir grande afinidade pela área audiovisual. Em 2018, percebi que na minha cidade há uma carência de profissionais capacitados para desenvolverem um trabalho de cinema. Mesmo sendo muito utilizada como set de filmagem (como nos dois longas dos quais participei aqui), há poucas produções que são desenvolvidas inteiramente, ou majoritariamente, por profissionais Petrolinenses. Analiso que nos últimos 5 anos tivemos uma grande expansão de produções locais, mas ainda há um longo caminho para ser percorrido. Visando esse mercado pouco explorado, comecei o meu estudo para aprimoramento enquanto profissional audiovisual. Por ter maior experiência no processo criativo, iniciei o trabalho focando no desenvolvimento de histórias. Escrevi, então, um roteiro de curta-metragem, no qual buscarei incentivo para produção através do FUNCULTURA. A história desse curta-metragem nasceu de uma série de inquietações a respeito do ser humano vivendo em sociedade. Como, embora parte indissociável da natureza, a humanidade parece caminhar para um distanciamento do “ser animal”, do ser natural. Se trata de uma história de ficção em que dois personagens parecem se conhecer, mas não se reconhecem, nem a si mesmos nem ao outro. Possui uma narrativa não linear, podendo se assimilar de certa forma ao filme Amnésia, porém trata de questões que qualquer pessoa pode se identificar, como a depressão e a solidão, e, longe de buscar trazer respostas, foca em expor questionamentos. Paralelo a isso tenho desenvolvido um aprimoramento no que diz respeito a criação de projeto, pré e pós-produção, formação de público, crítica cinematográfica, além de também estar terminando um curso técnico em produção audiovisual.